6 de janeiro de 2011

MATEUS 5:39



Construir uma Casa no Equador
Entre o povo de Otavalo, Equador, vive um homem que odiava a Igreja. Ele odiava qualquer coisa relacionada à Igreja: os membros, as doutrinas — tudo o que a Igreja representava. Sempre que os membros queriam construir uma nova capela, esse homem se opunha. Quando as paredes de propriedade da Igreja apareciam grafitadas, corriam rumores de que ele tinha algo a ver com isso.
Ninguém sabia por que ele odiava a Igreja. Tudo o que se sabia era que sempre que a oposição ou a perseguição apareciam, esse homem estava na própria raiz do problema.                                                                                                          Aconteceu então que, no verão passado, a área de Otavalo foi atingida por um terremoto e a casa desse homem desabou. Ele já não tinha um lugar para ficar ou para viver. Ele procurou ajuda aqui e acolá.                                                             
Apelou ao município e depois às igrejas. Mas Otavalo é uma comunidade humilde e poucos tinham os recursos para fazer algo. Embora alguns até quisessem ajudar, tratava-se de uma situação de excesso de necessidades e de carência de recursos.
E também aconteceu que, em outubro passado, esse homem que odiava a Igreja fez algo que nunca imaginaria
— ele bateu à porta de Rafael Campo, o líder de grupo de sumos sacerdotes da ala local.
“Há algo que eu gostaria de lhe dizer”, disse ele. “Acontece que a minha casa caiu e eu não tenho o dinheiro para reconstruí-la. Sei que no passado não concordamos em nada e que não tenho o direito de lhe pedir coisa alguma. Mas resta o fato de que eu não tenho casa para minha família e fiquei pensando se haveria alguma forma, ainda que pequena, de sua Igreja ajudar?”
O irmão Campo havia sido batizado 30 anos antes. Ele fora um dos primeiros a ser batizado em toda Otavalo.
Ele tinha pessoalmente testemunhado as palavras e ações vingativas desse homem para com a Igreja. Muita coisa passou pela cabeça do irmão Campo naquele dia. Mas, por fim, as palavras que lhe tocaram com grande poder foram aquelas do Salvador: “Mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” (Mateus 5:39).
“Ensinamos isso há 30 anos”, pensou ele consigo. “Talvez seja a hora de praticar o que temos ensinado.”
Mais tarde, o irmão Campo explicou a situação a seu genro, Mario German Cacuango, o bispo da ala. O bispo Cacuango sentiu a mesma coisa.
No domingo seguinte, durante uma reunião conjunta do quórum de élderes com o grupo de sumos sacerdotes, o bispo e o líder do grupo explicaram a situação aos irmãos do sacerdócio.
“Todos conhecemos esse homem”, disse o bispo. “Todos sabemos o que aconteceu no passado. Mas o homem não tem uma casa e nos procurou pedindo ajuda.”
O bispo passou uma lista pedindo aos irmãos que quisessem ajudar, que indicassem o que poderiam doar.
Havia 23 homens na reunião naquele dia. Quando a lista acabou de circular entre os irmãos, 23 nomes estavam escritos ali. Um ofereceu-se para trazer dois quilos e meio de pregos. Outro disse que tinha madeira para a estrutura. Ainda outro ofereceu 50 blocos de cimento. Outro mais ofereceu areia e outro a mão-de-obra.
Após rever a lista, o bispo Cacuango propôs que os irmãos se encontrassem às 7h da manhã do dia seguinte para ajudar a construir a nova casa.
Quando o irmão Campo voltou a falar com o homem e lhe disse o que os membros da Igreja iriam fazer, seu coração foi tocado. Ele inclinou-se sobre o ombro do irmão Campo e chorou.
O irmão Campo também chorou.
Na segunda-feira, 6 de novembro, os quóruns do sacerdócio da Ala Peguche se reuniram às 7 horas e construíram uma casa modesta, mas resistente para um homem que apenas dias antes tinha sido o maior inimigo deles.
Quando terminaram, não só tinham erguido uma casa, mas no processo tinham também construído uma
ponte de compreensão que nunca ruirá — uma ponte de serviço, compaixão e perdão.
 (Neil Newell, “To Build a House in Ecuador”, Church News, 20 de janeiro de 2001, p. 11).

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