Quando viajo pelo mundo (algumas vezes, por até três semanas sozinho), sempre carrego comigo uma pedra que ajuda a lembrar-me de minha querida esposa. Essa pedra tem um significado muito especial para mim. Há muitos anos, minha querida esposa e eu decidimos subir uma montanha chamada Monte Timpanogos. Saímos bem cedo com alguns amigos. Nossa meta era terminar a subida, e isso era muito importante para nós. Depois de subir por mais de uma hora, num caminho relativamente fácil, passamos a encontrar lama e neve. No começo, era só um pouquinho aqui e outro ali, mas logo se tornou constante. Não se podia mais ver a trilha, e muitas pessoas do nosso grupo resolveram voltar. Nós, no entanto, podíamos ver o topo da montanha, e continuamos concentrados em nossa meta. Depois de algumas horas, éramos os únicos em nosso grupo. Todas as outras pessoas tinham desistido, cansadas ou desanimadas, achando que a subida era muito difícil e que retornariam quando as condições melhorassem, mas a irmã Arnold e eu ficamos juntos e decidimos que nada nem ninguém nos faria mudar de idéia e interromper nossa jornada. Às vezes, escorregávamos, outras andávamos muito devagar, segurando nos arbustos ou cavando a terra para manter o equilíbrio. Tivemos de parar diversas vezes para descansar, mas depois de muitas horas de perseverança, finalmente chegamos ao topo. A sensação foi indescritível! A paisagem das montanhas e vales era magnífica! Nunca esquecerei que estivemos ali juntos, no topo daquela montanha, maravilhando-nos com a paisagem espetacular que nosso Pai Celestial nos havia proporcionado. Ao voltar, trouxemos conosco uma pedra para sempre lembrar que podemos alcançar nossa meta de ter um casamento eterno se a mantivermos constantemente em foco. Eu a carrego para sempre me lembrar da minha querida esposa e daquele momento que passamos juntos. Acho que o casamento é parecido com aquela jornada. Algumas vezes, torna-se frustrante e, outras vezes, perdemos de vista a nossa meta. Satanás gostaria que ficássemos atolados na lama e na neve, mas precisamos olhar sempre para frente e lembrar-nos da promessa de nosso Pai Celestial. Sempre para frente O que é olhar sempre para frente? Em D&C 132:19 e 84:38 lemos: “Surgireis na primeira ressurreição; (…) e herdareis tronos, reinos, principados e poderes, domínios, todas as alturas e profundidades (…); portanto tudo o que meu Pai possui ser-lhe-á dado”. O casamento, em seu significado mais verdadeiro, é uma sociedade entre partes iguais. Um não tem domínio sobre o outro, mas os dois encorajam um ao outro e se auxiliam mutuamente em todas as responsabilidades e inspirações que tenham. O Presidente Hinckley disse: “O direito de receber as ordenanças do templo refere-se tanto às mulheres quanto aos homens. As bênçãos que são recebidas por meio dessa experiência são grandiosas para as mulheres e para os homens”. O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, deu este conselho aos portadores do sacerdócio: “Como marido e portador digno do sacerdócio, você deve imitar o exemplo do Salvador (…) Às vezes, acontece de o homem tentar controlar o destino de cada membro da família. Toma todas as decisões sozinho. A mulher fica sujeita aos caprichos dele (…) Não é assim que o Senhor quer que seja. Não é assim que um marido deve tratar a mulher e a família” (Receber as Bênçãos do Templo, A Liahona, julho de 1999, p.30). Lemos, em Doutrina e Convênios 42:22, o seguinte: “Amarás tua esposa [esposo] de todo o teu coração e a ela [ele] te apegarás e a nenhuma [nenhum] outra [outro]”. Presto muita atenção quando o Senhor usa uma expressão de comando como nesse caso. A palavra apegar significa aderir com firmeza ou com totalidade — sem hesitar — estar próximo de. O profeta Ezra Taft Benson disse: “O casamento em si deve ser considerado um convênio sagrado feito diante de Deus”. A fidelidade aos votos matrimoniais é absolutamente essencial para haver amor, confiança e paz. Não devemos ter olhos para outra pessoa, seja na rua, no trabalho, nas revistas ou na mente. Nossos pensamentos são anotados no céu, no livro da vida. Cultivar o amor O marido e a mulher precisam cultivar o amor que sentem um pelo outro. O amor é como uma flor, precisa ser alimentado sempre. A flor viçosa murcharia e morreria sem alimento e água. Da mesma forma devemos alimentar nosso casamento, para que não morra. As noites de sexta-feira são da irmã Arnold. Ela escolhe aonde quer ir comigo, só ela e eu. Podemos caminhar, ir ao MacDonalds tomar um sorvete, jantar fora, ir ao zoológico ou a outro lugar. De vez em quando, saímos com outro casal. Mas ela e eu saímos quase todas as sextas-feiras. Normalmente gastamos pouco, mas passamos juntos momentos muito agradáveis. O casamento tem seus altos e baixos O casamento tem seus altos e baixos. Precisamos aprender a resolver as diferenças entre marido e mulher. As escrituras nos aconselham: “E se teu irmão ou tua irmã [marido, esposa,] te ofender, apartate com ele ou ela a sós; e se ele ou ela confessar, reconciliar-vos-eis” (D&C 42:88). Quando a irmã Arnold e eu nos casamos, fomos aconselhados a nunca ir dormir sem antes resolver os desentendimentos ocorridos durante o dia e a ajoelhar-nos e dar-nos as mãos e orar cada noite. É muito difícil orar ao Senhor se não nos entendemos bem naquele dia. Algumas vezes, tivemos que conversar por horas antes de resolver as nossas desavenças e pedir perdão. Na maioria das noites, porém, nós nos ajoelhamos, apertamos a mão um do outro e oramos alegremente, porque não tínhamos nenhuma desavença para resolver. Maridos e esposas não podem ler a mente um do outro. Uma comunicação aberta é extremamente importante. O Élder Joe J. Christensen, dos Setenta, disse: “Às vezes, ouvimos alguém dizer: `Estamos casados há cinqüenta anos e nunca tivemos uma divergência de opinião’. Se isso for verdade, ou um dos cônjuges é totalmente dominado pelo outro, ou, como alguém disse, ‘desconhece a verdade’. Qualquer casal inteligente tem divergências. O desafio é ter certeza de que sabemos o que fazer para resolvê-las. Isso faz parte do processo de melhoria de um bom casamento” (A Liahona, julho de 1995, p. 70). O Presidente Hinckley disse: “Venho até vocês pedir-lhes que parem de procurar tempestades e desfrutem mais da luz do sol. Sugiro que ‘enfatizem o positivo’ em sua vida. O que lhes peço é que procurem com mais afinco ressaltar o que há de melhor um no outro e que não mais usem a voz do insulto e do sarcasmo, mas que enalteçamos generosamente a virtude e o esforço mútuo”. Conversar e resolver as diferenças é muito importante. Depois, temos que perdoar uns aos outros. “Portanto digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior. Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens” (D&C 64: 9–10). Administração financeira O marido e a mulher devem trabalhar juntos para seguir os princípios básicos da administração financeira da família. Aqui estão alguns deles: · Pagar o dízimo honestamente; · Gastar menos do que ganham; · Aprender a discernir entre o desejo e a necessidade; · Preparar o orçamento e não o extrapolar; · Ser honestos em tudo o que se refere ao dinheiro. O Presidente N. Eldon Tanner, da Primeira Presidência, disse: “Pelo que observei nas entrevistas que realizei ao longo dos anos, muitas pessoas não fazem um orçamento viável e não são suficientemente disciplinadas para viver de acordo com ele. Acham que o orçamento lhes tira a liberdade. Ao contrário disso, as pessoas bem-sucedidas sabem que o orçamento possibilita a verdadeira liberdade econômica” (Ensign, novembro de 1979, p. 82). Fortalecer o casamento por intermédio da fé e da oração No documento “A Família: Proclamação ao Mundo”, publicado na revista A Liahona de janeiro de 1996, p. 114, lemos: “(…) A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da oração, do arrependimento, do perdão, do respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares”. O marido e a mulher devem empenhar-se juntos para aumentar a fé que têm em Jesus Cristo. Quando exercemos a fé em Jesus Cristo, recebemos a força necessária para enfrentar os problemas. Ninguém pode nos ajudar se não tivermos fé. O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Vocês querem ter capacidade, proteção e segurança (…) na vida conjugal e na eternidade? Sejam verdadeiros discípulos de Jesus. Sejam verdadeiros membros da Igreja nas palavras e nas ações. Acreditem que sua fé tem tudo a ver com o seu romance, porque é verdade (…) Jesus Cristo, a luz do Mundo, é a única luz capaz de permitir-lhes ver claramente o caminho do amor e da felicidade que você e seu amado devem seguir” (“How Do I Love it Thee?”, discurso realizado em um devocional na Universidade Brigham Young, realizado em 15 de fevereiro de 2000, p. 6). O Salvador Jesus Cristo nos aconselhou: “Orai ao Pai no seio de vossa família, sempre em meu nome, a fim de que vossas mulheres e vossos filhos sejam abençoados” (3 Néfi 18:21). A oração é uma parte importante do casamento e da família. Trago a lembrança de, a cada dia, enquanto crescia, orarmos ajoelhados em família a cada manhã, à noite e antes das refeições. Lembro-me muito claramente de ver meus pais abrirem sua alma com grande fé no Pai Celestial, pedindo-Lhe que abençoasse seus filhos para serem curados, ou para que tivessem o desejo de servir em uma missão e também para que seus filhos encontrassem o companheiro correto que os levasse ao templo. Essas orações tocaram-me profundamente. Os profetas nos pediram que fizéssemos oração pessoal, com o cônjuge e familiar. Por favor, sigam o seu conselho. Lembrem-se: “Em Seu grande plano, quando Deus criou o homem, Ele criou a dualidade dos sexos. Uma expressão nobre da dualidade é encontrada no casamento. Um indivíduo completa o outro. Como Paulo disse: ‘Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor’ (I Coríntios 11:11). Não há outro plano que cumpra o propósito divino do Onipotente. Homens e mulheres são Sua criação. A dualidade deles é Seu plano. O relacionamento deles e suas funções são fundamentais para o Seu plano. Um é incompleto sem o outro” ( Presidente Gordon B.Hinckley, “One Bright Shinning Hope”, p. 142). Que o Senhor os abençoe em seus relacionamentos como marido e mulher, para que sejam celestiais por natureza, e que ambos perseverem para alcançar a exaltação. |
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