29 de dezembro de 2011

O Reflexo na Água - Presidente Dieter F. Uchtdorf


Caros irmãos e irmãs, se transformássemos os dois hinos que acabamos de ouvir, “Louvai a Deus” e “Faze o Bem”, em nosso lema de vida, estaríamos muito bem em nosso caminho de volta ao Pai Celestial. Que visão maravilhosa são vocês! Em minha mente, visualizo muitos outros rostos belos como o de vocês — jovens membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias de todas as nações do mundo. Talvez vocês não se pareçam uns com os outros, mas têm muito em comum. Considero esta tarefa muito gratificante e agradeço ao Presidente Monson por ter-me proporcionado esta oportunidade de passar alguns minutos com vocês.


O Patinho Feio

Um dos mais apreciados contadores de histórias de todos os tempos foi o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. Em uma de suas histórias, “O Patinho Feio”, uma mãe pata descobre que um de seus filhinhos recém-nascidos é muito grande e feio. A princípio, a mãe imagina que talvez tenha chocado um ovo de peru, mas o filho feio sabe nadar tão bem quanto os outros. Ela, então, conclui que o pobre coitado é simplesmente anormal e desfigurado.


Os outros patinhos, porém, não deixavam o patinho feio em paz. Eles o maltratavam sem dó, bicando-o, provocando-o e tornando sua vida muito infeliz. Por fim, o patinho feio decidiu que seria melhor para todos se ele deixasse a família, e ele foge. No frio gelado do primeiro inverno que passou sozinho, o patinho feio quase morreu congelado, mas de alguma forma conseguiu sobreviver. Apesar das privações, ele se sentia mais forte e adorava abrir as asas e voar, embora estivesse sozinho.


Então, certo dia, viu voando acima dele um bando de aves majestosas, brancas como a neve, de movimentos graciosos, que tinham um pescoço longo e belo e asas grandes e elegantes. Que criaturas magníficas! E como eram felizes! O patinho feio ficou muito desejoso de voar com elas. Teve medo de que o matassem por ser tão feio. Mas decidiu que aquilo seria melhor do que ser sempre humilhado pelos outros animais ou do que morrer de frio no inverno. Então, alçou voo e seguiu o bando até um belo lago, onde todos desceram até a água.


Ao pousar no lago, o patinho feio olhou para a água e viu o reflexo de um cisne magnífico. Aos poucos, sem acreditar a princípio, o patinho feio se deu conta de que aquele era o seu próprio reflexo! Para sua surpresa, os outros cisnes o receberam muito bem e até reconheceram que ele era o mais belo e majestoso de todos os cisnes. Finalmente ele descobrira quem ele realmente era.

 As Grandes Perguntas

Como aquele jovem cisne, a maioria de nós já sentiu em alguma época da vida que não se encaixava num grupo. Grande parte da confusão que sentimos nesta vida decorre do fato de simplesmente não compreendermos quem somos. Um número muito grande de pessoas segue pela vida achando que tem pouco valor, quando na verdade são criaturas magníficas e eternas, dotadas de valor infinito e um potencial que vai além do que podem imaginar.




A descoberta de quem realmente somos faz parte desta grande aventura chamada vida. As maiores mentes da humanidade têm-se debatido incessantemente com estas perguntas: De onde viemos? Por que estamos aqui? O que acontece depois da morte?E como tudo isso se encaixa? Que sentido tem todas essas coisas?

Assim que começamos a compreender as respostas a essas perguntas — não só com a mente, mas também com o coração e a alma — começaremos a compreender quem somos e nos sentiremos como o viajante que finalmente encontra seu lar. Sentiremo-nos como o jovem cisne que finalmente descobriu quem ele realmente era. Tudo finalmente passa a fazer sentido.




O problema é que as respostas a essas perguntas estão simplesmente além da capacidade lógica terrena do homem. Perguntas que abordam coisas espirituais exigem respostas espirituais. Aqueles que rejeitam a revelação e insistem em obter provas concretas podem apenas especular ou negar que haja vida antes ou depois desta esfera mortal. Consequentemente, talvez nunca compreendam quem realmente são ou qual é o verdadeiro propósito da vida.




Como membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, porém, fomos abençoados com respostas a essas perguntas, e as transmitimos livremente a todos os que queiram ouvir. Conhecemos essas respostas não devido a suposições inteligentes ou porque encontramos uma explicação científica. Temos as respostas porque mensageiros celestes revelaram esses mistérios ao homem. Esse mesmo conhecimento está ao alcance de todos neste planeta, pelo poder do Santo Espírito, desde que sejam sinceros de coração.

Não se trata de algo insignificante. Ao longo da história, imperadores e filósofos teriam oferecido grandes tesouros em troca daquilo que Deus nos concede gratuitamente em nossa época. Por ser misericordioso e amar Seus filhos, Deus novamente nos concedeu, nestes últimos dias, a verdade a respeito de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos.

Meus caros jovens amigos, esse conhecimento permite que vocês vejam seu próprio reflexo na água. Dá-lhes a certeza de que vocês não são comuns, não foram rejeitados e não são feios. Vocês são divinos e mais belos e gloriosos do que podem imaginar. Esse conhecimento muda tudo. Muda seu presente. E pode mudar seu futuro. Pode mudar o mundo.




Estamos profundamente cientes, meus caros jovens amigos da Igreja, que vocês enfrentam muitos desafios na vida onde quer que estejam. Por meio de seus líderes e por contato direto com vocês individualmente, sei quão grandes são suas preocupações. Escolhi dentre as muitas perguntas que me foram encaminhadas apenas algumas que creio serem as mais difíceis e preocupantes que afetam vocês, jovens santos do mundo inteiro. Espero poder incutir-lhes hoje, na mente e no coração, que o conhecimento de quem vocês realmente são pode ajudá-los a sobrepujar as questões mais difíceis da vida.

Ser ou Não Ser




Eis a primeira pergunta: “Sinto-me infeliz e deprimido. Às vezes, parece que o mundo seria um lugar melhor se eu não estivesse nele. Por que devo continuar vivendo?”

Quero deixar isto bem claro: a depressão grave e as ideias suicidas não são assuntos triviais e devem ser levados a sério. Peço a todos que sofrem de depressão ou que têm ideias suicidas que procurem ajuda de profissionais de confiança e dos líderes da Igreja. Se vocês conhecem alguém que pensa em suicídio, sejam amigos verdadeiros dessa pessoa e cuidem para que ela receba ajuda. Por favor, saibam que amamos vocês e queremos que tenham sucesso e sejam felizes na vida.

Tendo esclarecido esse ponto, quero dizer que a maioria das pessoas se sente triste ou incapaz de vez em quando. É natural que tenhamos momentos de infelicidade ou dúvida. A pergunta “por que devo continuar vivendo?” é simplesmente outra forma de expressar a antiga dúvida escrita por William Shakespeare, há 400 anos e proferida por milhões de Hamlets no mundo inteiro desde aquela época: “Ser ou não ser: eis a questão”.1


Mas Shakespeare estava errado: “Ser ou não ser” não é a questão de forma alguma. Há outras opções além dessa simples contradição. A meu ver, Hamlet deveria dirigir-se ao público e dizer: “Sabendo que sou filho de Deus, o que preciso fazere como devo ser para viver à altura desse potencial? Eis a questão”. Sei que essa alteração no texto arruinaria por completo uma das maiores obras-primas da literatura de todos os tempos. Mesmo assim, se eu tivesse escrito um roteiro para vocês, é isso que eu colocaria nele.

Pensem de onde vocês vieram. Vocês são filhos e filhas do maior e mais glorioso ser de todo o universo. Ele ama vocês com um amor infinito. Ele quer o melhor para vocês. Acham que o Pai Celestial quer que vocês se sintam deprimidos e infelizes? Ele não quer isso, de modo algum. Ele nos deu os mandamentos, que é a estrada real para uma vida cheia de propósito, paz e alegria. Tudo o que precisamos fazer é seguir por ela. Conhecer e viver os mandamentos de Deus realmente nos enchem de alegria e satisfação.




Nosso destino é maior do que podemos imaginar. Se simplesmente compreendêssemos quem somos e o que nos está reservado, nosso coração transbordaria de gratidão e felicidade, a ponto de iluminar as mais tenebrosas tristezas com a luz e o amor de Deus, nosso Pai Celestial. Da próxima vez que se sentirem infelizes, lembrem-se de onde vieram e para onde estão indo. Em vez de pensarem nas coisas que embotam seus pensamentos com tristeza, decidam concentrar-se nas coisas que enchem a alma de esperança. Vocês vão perceber que essas coisas estão sempre relacionadas ao serviço a Deus e ao próximo. Lembrem-se de que o Senhor nos deu Sua palavra nas escrituras. Orem sinceramente a Ele, conversem com Ele todos os dias. Aprendam com Ele e sigam Seu caminho. Sirvam a Deus e a seus semelhantes.

Lembrem-se de que há “tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar” (Eclesiastes 3:4). Se estão sentindo pesar há algum tempo, talvez agora seja o momento de permitir que a luz do Filho de Deus entre em seu coração. Peço a vocês que simplesmente olhem para a água e vejam seu verdadeiro reflexo! Percebam o propósito para o qual foram criados! Ergam o rosto e contemplem o horizonte distante!




Faz bem rir! Faz bem ser feliz! Ergam a voz e “[louvem] ao Senhor com cânticos, com música, com dança, e com orações de louvor e ação de graças” (Doutrina e Convênios 136:28).

Não consigo imaginar um céu só de pessoas sérias, que nunca dizem o que pensam ou que não gostam de música nem de conversar uns com os outros. Para mim, isso não seria o céu. Tenho certeza de que vocês não foram criados para passar as horas e os dias de sua vida isolados uns dos outros, preocupados ou desesperados. Vocês foram criados para ter alegria (ver 2 Néfi 2:25), por isso vamos comemorar as misericordiosas bênçãos de um Pai Celestial alegre e amoroso!

Vocês não precisam esperar por uma permissão para encher a alma de gratidão e felicidade. Podem muito bem fazer isso por conta própria. Reúnam os jovens de suas alas ou ramos assim como de outras estacas e distritos próximos. Dancem juntos, estudem o evangelho juntos, trabalhem juntos, sirvam ao próximo juntos, e divirtam-se com essas coisas. É minha sincera oração que o conhecimento de quem vocês são e do que podem se tornar encha seu coração com o sereno amor de Deus e que isso acenda em vocês uma felicidade digna de seu verdadeiro legado, porque verdadeiramente vocês são príncipes e princesas, reis e rainhas.

 Será Que Algum Dia Vou Encontrar Minha Alma Gêmea?

Outra pergunta que ouvimos de vocês, jovens, é: “Sinto-me tão só. Será que algum dia vou encontrar minha alma gêmea?” Há algumas coisas que quero dizer a esse respeito, mas vamos começar pelo conceito de encontrar uma pessoa ideal, uma pessoa perfeita para vocês.

Há uma velha história sobre uma moça que estava numa expedição arqueológica e encontrou uma lâmpada de aparência muito antiga. Quando ela esfregou a lâmpada, um gênio apareceu e ofereceu-lhe um desejo. Ela pensou um pouco e pediu paz no mundo — que as pessoas se amassem e vivessem em harmonia para sempre.

O gênio pensou no pedido dela e, por fim, disse: “O que você está pedindo é impossível. A divisão entre os povos do mundo existe há muito tempo e é por demais profunda. Por favor, peça outra coisa. Qualquer coisa menos isso”.

Ela pensou de novo e disse: “Em algum lugar do mundo há uma pessoa que é a ideal para mim. Quero encontrar esse homem, que é bonito, atencioso e tem senso de humor. Um homem que vai me ajudar com as tarefas domésticas, que adora crianças, que não fica assistindo a programas esportivos o tempo todo, que tem um ótimo emprego e que pensa na minha felicidade em primeiro lugar. Um homem que irá fazer compras comigo e que se dará bem com minha família”.

O gênio pensou um pouco no pedido dela, deu um profundo suspiro e então respondeu: “Vamos ver o que consigo fazer com relação à paz no mundo”.

Sei que isso pode ser uma decepção para alguns de vocês, mas não acredito que haja somente uma pessoa ideal para vocês. Acho que me apaixonei por minha esposa, Harriet, desde a primeira vez que a vi. Mesmo assim, se ela tivesse decidido se casar com outro, acredito que eu teria conhecido outra pessoa e me apaixonado por ela. Sinto-me eternamente grato por isso não ter acontecido, mas não creio que ela fosse minha única chance de felicidade nesta vida, nem eu tampouco para ela.

Outro erro que vocês podem cometer facilmente ao sair com alguém é esperar que a pessoa seja perfeita. A verdade é que as únicas pessoas perfeitas que vocês vão encontrar são aquelas que vocês não conhecem muito bem. Todo mundo tem imperfeições. Não estou sugerindo que baixem seus padrões e casem-se com alguém com quem não poderão ser felizes. Mas uma das coisas que aprendi à medida que fui amadurecendo na vida é que, se uma pessoa está disposta a me aceitar, imperfeito como sou, então, eu também devo estar disposto a ser paciente com as imperfeições dos outros. Como você não vai encontrar perfeição na outra pessoa, e ela também não vai encontrar perfeição em você, sua única chance de perfeição está em tornarem-se perfeitos juntos.

Há pessoas que não se casam porque sentem que falta uma certa “magia” no relacionamento. Suponho que ao dizerem “magia”, refiram-se à centelha da atração. Apaixonar-se é um sentimento maravilhoso, e eu jamais os aconselharia a casar com alguém que não amem. No entanto — e isso é outra coisa que às vezes é difícil de aceitar — essa centelha de magia precisa ser constantemente cultivada. Quando a magia perdura num relacionamento é porque o casal fez com que isso acontecesse, e não porque ela surgiu misticamente por meio de alguma força cósmica.

Falando com franqueza, chega a dar trabalho. Para que qualquer relacionamento sobreviva, os dois lados precisam trazer consigo sua própria magia e usá-la para manter o amor. Embora eu já tenha dito que não acredito em uma alma gêmea única e exclusiva, sei o seguinte: depois que você se compromete a casar, seu cônjuge se torna sua alma gêmea, e é seu dever e responsabilidade esforçar-se todos os dias para manter as coisas assim. Depois que assumimos o compromisso, a busca por uma alma gêmea chega ao fim. Nossos pensamentos e ações deixam de ser de procurar e passam a ser de criar.

Mas e os que perdem a esperança de encontrar um companheiro eterno? Em primeiro lugar, não desistam. Participem das atividades, conheçam pessoas e façam tudo o que puderem. Sei que sair com alguém pode ser penoso. Rejeição é uma das coisas mais dolorosas que podemos sentir. Podem acreditar, sei como é. Eu me apaixonei pela Harriet muito antes de ela se apaixonar por mim.

Mas isso não me impediu de agir, de modo algum. Encontrei maneiras de estar no mesmo lugar em que ela estava. Quando eu distribuía o sacramento na Igreja, eu dava um jeito de levá-lo para a família dela. Fazia tudo o que podia para impressioná-la, mas acho que ela me considerava um pouquinho imaturo. A centelha simplesmente não existia para ela. Cheguei a perder a esperança de convencê-la de que poderíamos ser algo mais do que amigos.

Então, fui embora, alistei-me na força aérea e viajei para o outro lado do mundo para fazer um curso de piloto nos Estados Unidos. Foi só quando voltei para a Alemanha, depois de terminar meu treinamento como piloto de caça — vários anos depois de tê-la conhecido — que aquela bela jovem olhou para mim e disse as palavras mágicas que eu tanto ansiara por ouvir: “Você amadureceu desde a última vez que o vi”.

Agi rapidamente depois disso, e em poucos meses casei-me com a mulher que eu já amava havia tanto, tanto tempo.

Portanto, não desistam, irmãos e irmãs. Só por terem sido rejeitados uma ou duas vezes, ou três ou quatro, ou algumas centenas de vezes, não percam a esperança. Irmãos, o segredo para encontrar a garota de seus sonhos é procurar conhecer muitas moças e, quando se apaixonarem e sentirem que é a coisa certa, pedi-la em casamento. Se ela disser que não, continue a procurar e a orar até finalmente levar a jovem certa para o altar do templo. Simplesmente não desistam.

Irmãs, sejam gentis. Vocês podem muito bem recusar convites para sair ou propostas de casamento. Mas, por favor, façam-no de modo gentil. E irmãos, por favor, comecem a convidar! Há muitas de nossas jovens que nunca saem com rapazes. Não suponham que certas garotas jamais sairiam com vocês. Às vezes, elas estão se perguntando por que ninguém as convida para sair. Simplesmente convidem e estejam preparados para seguir adiante, caso a resposta for não.

Uma das tendências que vemos em algumas partes do mundo é a dos nossos jovens se reunirem apenas em grandes grupos em vez de saírem com alguém, como casal. Embora não haja nada de errado em reunir-se frequentemente com outros jovens da mesma idade, não sei se vocês podem realmente conhecer uma pessoa se estiverem sempre em grupo. Uma das coisas que vocês precisam aprender é a conversar com alguém do sexo oposto. Uma ótima maneira de aprender isso é estar a sós com alguém, para conversar, sem ter a “proteção” do grupo.

Na maioria das vezes, ao saírem com alguém, não é necessário gastar muito ou planejar demais. Quando minha mulher e eu nos mudamos da Alemanha para Salt Lake City, uma das coisas que mais nos surpreendeu foi o processo elaborado e às vezes desgastante que os jovens desenvolveram para convidar alguém para sair ou para aceitar esses convites.

Relaxem. Encontrem maneiras simples de estarem juntos. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer quando era jovem e queria sair com uma moça era acompanhá-la até sua casa depois da Igreja. Lembrem-se, seu objetivo não deve ser o de colocar o vídeo de seu encontro no YouTube para que tenha milhões de acessos. Seu objetivo é conhecer uma pessoa e aprender a desenvolver um relacionamento significativo com pessoas do sexo oposto.

Há entre vocês, bons jovens da Igreja, alguns que talvez nunca se casem. Embora sejam dignos em todos os aspectos, pode ser que nunca encontrem alguém com quem se selarão no templo do Senhor nesta vida. Sós os que já sentiram essa desesperança conseguem realmente compreender a solidão e a dor dessas pessoas. Conheço muitas mulheres cujo maior desejo é o de ser esposa e mãe, mas não compreendem por que suas orações nunca foram atendidas. Há muitos homens solteiros que, por algum motivo, também se encontram sozinhos.

Em primeiro lugar, quero dizer-lhes que suas orações foram ouvidas. Seu Pai Celestial conhece o desejo de seu coração. Não sei por que as orações de uma pessoa são respondidas de uma forma, ao passo que as de outra são respondidas de modo diferente. Mas posso dizer-lhes o seguinte: os desejos justos de seu coração serão realizados.

Às vezes, pode ser difícil ver algo além do que está bem à nossa frente. Somos impacientes e não queremos esperar o cumprimento futuro de nossos maiores desejos. No entanto, o curto período desta vida não é nada comparado com a eternidade. Se simplesmente tivermos esperança, exercermos fé e perseverarmos com alegria até o fim — e eu disse com alegria até o fim — lá, no grande futuro celeste, veremos o cumprimento dos desejos justos de nosso coração e muitas coisas mais que hoje mal conseguimos compreender.

Enquanto isso, não fiquem esperando alguém para tornar sua vida completa. Parem de ter dúvidas em relação a si mesmos e de achar que vocês têm algum defeito. Em vez disso, procurem atingir seu potencial como filhos de Deus. Procurem estudar. Empenhem-se numa carreira profissional significativa e busquem realização própria servindo aos outros. Usem seu tempo, talentos e recursos para melhorar a si mesmos e abençoar as pessoas a seu redor. Tudo isso faz parte de sua preparação para terem sua própria família. Envolvam-se ativamente em sua ala ou ramo e procurem magnificar seus chamados, sejam eles quais forem.

O grande propósito desta existência mortal é aprender a amar plenamente a nosso Pai Celestial e a nosso próximo como a nós mesmos. Se fizermos isso com todo poder, mente e força, nosso destino eterno será glorioso e bem maior do que podemos imaginar. Sejam fiéis, e as coisas darão certo para vocês. Essa é a promessa eterna que Ele fez a todos que O amam e honram.

Sou Capaz de Permanecer Fiel?

Uma terceira pergunta que vocês, jovens, fazem é: “Será que sou capaz de permanecer fiel?” Há pessoas que têm dúvidas sobre Deus ou sobre a Igreja. Outros cedem à tentação que os afasta da segurança do caminho estreito e apertado do discipulado.

Quando eu era piloto, frequentemente via um fenômeno meteorológico interessante ao voar entre a Europa e a África. Esse fenômeno é chamado de convergência intertropical, uma série de tempestades elétricas que se movem de norte a sul ao longo do equador, enchendo o horizonte de colunas de nuvens densas e ameaçadoras.

Nunca consegui olhar para aquelas nuvens sem ficar fascinado com sua beleza e grandiosidade. Elas se erguiam em imensas formações escuras e dentro delas viam-se relâmpagos brilhantes faiscando de um lado para o outro, com indescritível fúria flamejante. Que visão gloriosa e fascinante!

Mas o que vocês acham que os pilotos fazem quando se aproximam dessas tempestades? Eles fogem delas, por mais belas e fascinantes que pareçam. À medida que a umidade se eleva nessas nuvens, começa a congelar, formando granizos do tamanho de bolas de futebol que podem perfurar metal e destruir um avião. A turbulência e as fortes descargas elétricas podem fazer o avião ou seus sistemas entrarem em pane.

O mesmo princípio não se aplica também quando vocês veem coisas capazes de causar dano espiritual? A tentação não seria tentação se não parecesse atraente, fascinante ou divertida. No entanto, tal como o piloto que se aproxima de uma tempestade, vocês precisam aprender a fugir dela, por mais bela ou fascinante que pareça.

Por amar Seus filhos, o Pai Celestial nos deu mandamentos para manter-nos a uma distância segura dessas tempestades perigosas. Ele não obriga nenhum de Seus filhos a seguir Seu caminho. Ele permite e espera que vocês escolham por si mesmos, mas saibam disto: algumas escolhas conduzem ao desastre. Portanto, escolham o que é certo.

Acrescento meu testemunho às inúmeras advertências já feitas contra o terrível problema da pornografia. Fujam dela. Fiquem longe dessas coisas.As mesmas palavras que usamos para treinar nossos pilotos em relação às tempestades eu digo a vocês em relação à pornografia: “Fujam, fujam, fujam!”

Não pensem que conseguirão colocar só a pontinha do nariz do avião dentro da tempestade; não brinquem com a pornografia. Lembrem-se de que geralmente as coisas mais repulsivas e destrutivas podem parecer atraentes no princípio. Fiquem longe dessas coisas que podem colocá-los em perigo.

 É Verdade?

Agora, a próxima questão: Como encontrar respostas para as dúvidas e perguntas? Como vocês podem saber que o evangelho é verdadeiro? Há algum problema em termos dúvidas a respeito da Igreja ou de sua doutrina? Meus queridos jovens amigos, somos um povo questionador porque sabemos que as dúvidas nos conduzem à verdade. Foi assim que a Igreja começou: com um rapaz que tinha dúvidas. Na verdade, não sei como podemos descobrir a verdade sem fazer perguntas. Nas escrituras, raramente encontramos uma revelação que não foi dada em resposta a uma pergunta. Sempre que uma pergunta surgia, e Joseph Smith não tinha certeza de qual era a resposta, ele procurava o Senhor, e o resultado foram as maravilhosas revelações de Doutrina e Convênios. Muitas vezes o conhecimento que Joseph recebia ia muito além da pergunta original. Isso acontece porque o Senhor pode responder não apenas às perguntas que fazemos, mas o mais importante é que Ele pode responder às perguntas que deveríamos ter feito. Vamos dar ouvidos a essas respostas!

O trabalho missionário da Igreja se baseia em pesquisadores sinceros que fazem perguntas genuínas. O questionamento é a base do testemunho. Alguns podem sentir-se envergonhados ou indignos por terem dúvidas a respeito do evangelho, mas não precisam se sentir assim. Fazer perguntas não é um sinal de fraqueza, mas, sim, um precursor do crescimento.

Deus ordena que procuremos resposta para nossas dúvidas (ver Tiago 1:5-6) e pede apenas que busquemos “com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo”(Morôni 10:4).Se fizermos isso, a verdade de todas as coisas pode ser manifestada a nós “pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:5).


Não tenham medo; façam perguntas. Sejam curiosos, mas não duvidem! Apeguem-se sempre à fé e à luz que já receberam. Como vemos de maneira imperfeita na mortalidade, nem todas as coisas farão sentido agora. Na verdade, acho que se tudo fizesse sentido para nós, isso seria uma prova de que tudo fora inventado por uma mente mortal. Lembrem-se de que Deus disse:

“Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos. …

Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”(Isaías 55:8-9).

No entanto, vocês sabem que um dos propósitos da mortalidade é o de que vocês se tornem mais semelhantes ao Pai Celestial, em pensamento e ação. Desse ponto de vista, buscar respostas para suas dúvidas é algo que pode levá-los para mais perto de Deus, fortalecendo seu testemunho em vez de abalá-lo. É verdade que “fé não é … um perfeito conhecimento” (Alma 32:21), mas se vocês exercerem fé e colocarem em prática os princípios do evangelho todos os dias sob quaisquer circunstâncias, provarão os doces frutos do evangelho e por esse fruto conhecerão a veracidade dele (ver Mateus 7:16-20; João 7:17; Alma 32:41-43).

Vocês São Eternos

É claro que sempre haverá pessoas que irão chamá-los de tolos por acreditarem que são cisnes, insistindo em dizer que vocês são patinhos feios e que não podem esperar nada mais do que isso.

Mas vocês sabem que não é verdade. Graças à palavra revelada de um Deus misericordioso, vocês já viram seu verdadeiro reflexo na água e sentiram a glória eterna do espírito divino que há dentro de vocês. Vocês não são seres comuns, meus amados amigos de todo o mundo. Vocês são gloriosos e eternos.

Não importam quais sejam suas provações e circunstâncias na vida, peço que se lembrem de quem são, de onde vieram e para onde estão indo: porque a resposta a essas perguntas vai lhes dar verdadeira confiança e orientação na vida.

O Pai Celestial vive. Ele conhece vocês. Ele fala com vocês nestes últimos dias por intermédio de profetas e apóstolos. O Presidente Thomas S. Monson é o profeta do Senhor na Terra em nossos dias. Esta Igreja é dirigida pelo Salvador, Jesus Cristo. Sei disso. Ele é o cabeça desta Igreja.

Falo a vocês hoje com imperfeições e com sotaque alemão, mas prometo-lhes que as palavras que sentem no coração, na mente e na alma chegam até vocês por meio da eloquência, da pureza e do poder do Espírito Santo. E pelo poder do Espírito Santo vocês podem saber a verdade de todas as coisas.

Irmãos e irmãs, meus queridos amigos, eu os amo. Eu os amo de todo o coração. Sou grato por vocês. Sou grato por suas virtudes. Como Apóstolo do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, eu os abençoo individual e coletivamente, para que aprendam a saber quem realmente são e o que precisam fazer e ser para ter uma vida feliz e recompensadora.


É minha oração e bênção que ao olharem para seu reflexo consigam ver além das imperfeições e incertezas e reconheçam quem realmente são: gloriosos filhos e filhas do Deus Todo-Poderoso. No sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.

Mesmo não podendo segurar a mão de minha esposa...quando a hora chegar poderei segurar seu coração!

28 de dezembro de 2011

Vida em Abundância



Presidente Thomas S.Monson

Com a chegada de um novo ano, desafio os membros da Igreja do mundo inteiro a empreenderem uma busca diligente e significativa pelo que chamo de vida em abundância — uma vida repleta de sucesso, bondade e bênçãos. Assim como aprendemos princípios básicos na escola, ofereço-lhes algumas sugestões que podem ajudar todos a terem vida em abundância.

Tenham uma Atitude Positiva.

O primeiro princípio que vou abordar é a atitude. William James, psicólogo e filósofo norte-americano pioneiro, escreveu: “A maior revolução de nossa geração é a descoberta de que, ao modificarem as atitudes interiores da mente, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de sua vida”.1

Muito na vida depende de nossa atitude. O modo pelo qual decidimos encarar as coisas e agir com as pessoas faz toda a diferença. Se dermos o melhor de nós e depois optarmos por ser felizes com nossas circunstâncias, sejam quais forem, poderemos ter paz e satisfação.

Charles Swindoll — escritor, educador e pastor cristão — disse: “A meu ver, a atitude é mais importante (…) que o passado, (…) o dinheiro, as circunstâncias, os fracassos, os sucessos e o que os outros pensam, dizem ou fazem. É mais importante que as aparências, os talentos ou as aptidões. Ela pode erguer ou derrubar uma empresa, uma igreja ou um lar. O extraordinário é que podemos escolher a cada dia a atitude que adotaremos”.2

Não podemos mudar o rumo do vento, mas podemos ajustar as velas. A fim de termos o máximo de felicidade, paz e satisfação, escolhamos uma atitude positiva.

Acreditem em Si Mesmos

O segundo princípio diz respeito a crermos — em nós mesmos, nas pessoas a nossa volta e em princípios eternos.

Sejam honestos consigo mesmos, com os outros e com o Pai Celestial. Uma pessoa que só foi honesta com Deus quando já era tarde demais foi o Cardeal Wolsey que, segundo Shakespeare, dedicou uma longa vida ao serviço de três soberanos e desfrutou de riqueza e poder. Por fim, foi destituído de seu poder e de suas posses por um rei impaciente. O Cardeal Wolsey exclamou:
“Se a meu Deus eu tivesse servido com metade do zelo
que dediquei ao soberano, Ele não me teria, nesta idade,
abandonado nu diante de meus inimigos”.3

Thomas Fuller, clérigo e historiador inglês do Século XVII, enunciou esta verdade: “Quem não vive de acordo com suas crenças é porque não crê”.4

Não se considerem limitados nem permitam que os outros os convençam de que são limitados no que podem fazer. Acreditem em si mesmos e, então, vivam de modo a atingir seu potencial.

Vocês podem alcançar o que acreditam que podem. Confiem, creiam e tenham fé.

Enfrentem os Desafios com Coragem

A coragem torna-se uma virtude proveitosa e significativa quando é vista menos como a disposição de morrer bravamente e mais como a de viver dignamente.

O ensaísta e poeta norte-americano Ralph Waldo Emerson disse: “Precisas de coragem em tudo o que fizeres. Seja qual for o caminho escolhido, sempre alguém dirá que estás errado. Sempre surgirão dificuldades que te deixarão tentado a crer nos críticos. Traçar um curso e segui-lo até o fim requer a mesma coragem de um soldado. A paz tem suas vitórias, mas elas exigem homens e mulheres destemidos”.5

Haverá momentos de medo e desânimo. Pode ser que venham a sentir-se derrotados. As chances de sucesso podem parecer ínfimas. Às vezes, vocês podem sentir-se como um Davi que tenta derrotar um Golias. Mas lembrem-se de que Davi foi de fato vitorioso!

É preciso coragem para o impulso inicial rumo à meta sonhada, mas necessitamos de ainda mais coragem quando tropeçamos e temos de envidar novos esforços para vencer.

Tenham a determinação de empreender os esforços, a obstinação de lutar para atingir uma meta digna e a coragem não só de enfrentar os desafios que inevitavelmente virão, mas também de redobrar os esforços, caso necessário. Às vezes, a coragem é aquela pequena voz ao fim do dia que diz: “Tentarei de novo amanhã”.

Tenhamos em mente esses princípios ao iniciarmos nossa jornada no ano-novo, cultivando uma atitude positiva, a crença de que podemos alcançar nossas metas e resoluções, e a coragem de enfrentar todos os desafios que porventura surgirem em nosso caminho. Então, teremos vida em abundância.

Ensinar Usando Esta Mensagem

Avalie a possibilidade de convidar os membros da família a relatar experiências pessoais nas quais a atitude positiva, a crença em si mesmos ou a coragem os tenham ajudado. Se preferir, peça-lhes que achem exemplos desses três princípios nas escrituras. Você pode também preparar-se para ensinar refletindo, em espírito de oração, sobre outras escrituras e experiências pessoais.
Jovens
Coragem para Enfrentar a Tempestade


Maddison Morley

Na segunda noite de meu acampamento das Moças da estaca, fomos surpreendidas por um forte temporal e um tornado. Havia 24 moças de nossa ala no acampamento e duas líderes, e todas tivemos de nos apertar em dois pequenos chalés, em busca de abrigo e proteção. A chuva estava forte e os ventos só pioravam. Fiquei continuamente pensando na oração que nosso presidente de estaca fizera no início da atividade, pedindo proteção. Nossa ala fez uma oração coletiva no chalé, e também fiz minhas orações pessoais.

Muitas meninas estavam com medo, e era fácil entender o motivo. Nosso chalé não era muito seguro, e estávamos perto de um rio. Uns vinte minutos depois, a tempestade ficou tão violenta que a estaca inteira teve que deixar os chalés em que estava e correr para o dos consultores, que ficava em um terreno mais alto. O presidente da estaca fez outra oração, e cantamos hinos, músicas da Primária e canções de acampamento para nos acalmar. Estávamos com medo, sim, mas sentíamos que tudo acabaria bem. Meia hora depois pudemos voltar em segurança para os chalés de cada unidade.

Algum tempo depois, soubemos o que acontecera com o tornado aquela noite. Ele se dividira em dois, gerando dois temporais. Um deles se desviou de nós pela direita, e o outro, pela esquerda. O que enfrentamos não tinha sido o pior da tempestade!

Sei que Deus ouviu nossas orações naquela noite e que nos protegeu do pior. Por que um tornado se dividiria em dois, a menos que Deus assim o determinasse? Sei que, nas tempestades da vida, podemos sempre orar ao Pai Celestial, e Ele nos ouvirá e responderá, dando-nos a coragem e a proteção de que precisamos para sair sãos e salvos.

19 de dezembro de 2011

MERRY CHRISTMAS







O Espírito do Natal - Presidente Thomas S. Monson

Penny Parke
Meus queridos irmãos e irmãs, sinto-me imensamente grato por estar com vocês nesta noite. Como vocês, senti-me inspirado e edificado pelas mensagens do Presidente Eyring e do Presidente Uchddorf e também pela esplêndida música do Coro e da Orquestra.


Encontramos a verdade numa expressão que cantamos em um de nossos hinos: “Veloz nos foge o tempo.”1 Outro ano já se passou, trazendo de volta a época do Natal.

Tenho recentemente recordado Natais passados e percebi que provavelmente nenhuma outra época do ano nos traz recordações tão comoventes. Os Natais mais memoráveis em geral têm pouco a ver com bens materiais, mas muito a ver com famílias, com amor, compaixão e carinho. Pensar assim dá esperança àqueles entre nós que temem que o singular significado desse dia se dilua no consumismo ou no antagonismo das diferentes crenças, ou então na agitação das festas que podem levar-nos a perder aquele espírito especial que deveríamos desfrutar.

Para muitos, os excessos são comuns nesta época do ano. Simplesmente queremos fazer mais do que nossas forças permitem. Talvez não tenhamos dinheiro suficiente para gastar com o que achamos serem necessidades. Muitas vezes, nossos esforços natalinos resultam em estresse, pressão e desgaste em uma época que deveríamos desfrutar das alegrias simples da celebração do nascimento do Menino em Belém.

Em geral, entretanto, o espírito especial dessa ocasião acaba encontrando eco em nosso coração e na nossa vida, apesar das dificuldades e distrações que podem ocupar nosso tempo e energia.

Há muitos anos, li sobre um acontecimento natalino que envolveu milhares de viajantes exaustos que estavam retidos no congestionado aeroporto de Atlanta, Geórgia. Uma tempestade de neve tinha causado grandes atrasos nos voos enquanto aquelas pessoas tentavam chegar a algum lugar para o Natal — provavelmente em casa.

Aconteceu em dezembro de 1970. Ao soar a meia-noite, passageiros frustrados aglomeravam-se em frente aos balcões e ansiosamente questionavam os atendentes cuja paciência, àquela altura, já evaporara. Também eles gostariam de já estar em casa. Algumas pessoas conseguiram cochilar em cadeiras desconfortáveis. Outros foram para as bancas de jornais e ficaram folheando as publicações.

Se algo em comum unia toda aquela multidão diversa, era a solidão — uma solidão envolvente, opressiva e sufocante. Porém, a civilidade exigia que cada um mantivesse uma barreira invisível que o separava dos demais. A solidão era melhor do que ficar ouvindo às inevitáveis reclamações de abatimento e desânimo dos outros.

Na realidade, havia mais passageiros do que lugares disponíveis nos voos. Sempre que um avião conseguia decolar, havia mais passageiros deixados para trás do que os que embarcavam. As palavras “Em lista de espera”, “Reserva confirmada” e “Primeira Classe” estabeleciam prioridades e evidenciavam dinheiro, poder, influência, previdência — ou a ausência dessas coisas.

O portão 67 era um microcosmo daquele tristonho aeroporto. Pouco maior que um cubículo envidraçado, a sala de embarque estava apinhada de passageiros que tentavam voar para Nova Orleans, Dallas e outras cidades do oeste. Havia pouca conversa no Portão 67, exceto entre pessoas que viajavam acompanhadas. Um viajante olhava distraidamente para cima, resignado. Uma jovem mãe aconchegava o bebê nos braços, balançando-o levemente em um esforço vão de acalmá-lo.

E havia um cavalheiro, muito bem vestido, que parecia insensível ao sofrimento coletivo. Sua atitude era de indiferença, absorto em sua papelada — talvez calculando os lucros da firma no final do ano. Um passageiro mais agitado poderia compará-lo a Ebenezer Scrooge, o sovina personagem de “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens.

De repente, o silêncio relativo foi quebrado por um tumulto. Um rapaz de uns 19 anos, em uniforme militar, conversava agitadamente com o funcionário da empresa aérea. Ele tinha um bilhete de classe econômica e insistia com o funcionário para embarcar para Nova Orleans a fim de tomar um ônibus até o desconhecido vilarejo a que ele chamava de lar.

O funcionário, aborrecido, explicou-lhe que as possibilidades seriam mínimas nas 24 horas seguintes, talvez mais. O rapaz ficava cada vez mais agitado. Logo após o Natal, ele seria enviado para o Vietnam, onde a guerra estava violenta, e se não fosse para casa agora, talvez nunca mais passasse um Natal lá. Até o cavalheiro indiferente tirou os olhos de sua papelada e demonstrou um interesse reservado na conversa. O funcionário estava visivelmente comovido, até mesmo constrangido. Mas tudo o que ele podia oferecer era compreensão — não esperança. O jovem ficou em pé em frente ao balcão, olhando ansiosamente para a multidão como se procurasse ao menos uma expressão de simpatia.

Finalmente, o funcionário anunciou que o embarque teria início. Os passageiros, que esperavam havia várias horas, ergueram-se, reuniram seus pertences e desceram rapidamente pelo estreito corredor até o avião: vinte, trinta, cem passageiros — o avião estava lotado. O funcionário olhou para o ansioso jovem e demonstrou que nada podia fazer.

Inexplicavelmente, o cavalheiro elegante ainda não embarcara. Então ele se dirigiu ao balcão e disse discretamente ao funcionário: “Meu bilhete está confirmado”. “Gostaria de dá-lo a esse jovem.” O funcionário encarou-o, mal acreditando no que ouvia, enquanto ele indicava o soldado. Sem encontrar palavras, com lágrimas escorrendo pelo rosto, o jovem soldado apertou a mão do cavalheiro que murmurou apenas: “Boa sorte. Feliz Natal. Boa sorte”.

A porta do avião se fechou, os motores aumentaram a rotação para partir, o cavalheiro virou-se, pegou a pasta e caminhou lentamente em direção ao restaurante 24 horas.

Pouquíssimas pessoas entre as milhares que se achavam ilhadas no aeroporto de Atlanta testemunharam o drama vivenciado no Portão 67. Mas para os que o presenciaram, o mau humor, a frustração e a hostilidade dissolveram-se em novo alento. Aquele ato de amor e bondade entre estranhos tinha trazido o espírito de Natal ao coração de todos.

As luzes do avião que partia piscaram, como estrelas na noite, enquanto a aeronave mergulhava na escuridão do céu. O bebê agora dormia calmamente no colo da jovem mãe. Talvez outro voo pudesse partir em algumas horas. Porém, quem testemunhou o ocorrido ficou menos impaciente. Esse novo espírito, suave e em profusão, permeou o pequeno estábulo envidraçado do Portão 67.2

Meus irmãos e irmãs, a verdadeira alegria do Natal não provém da agitação e da pressa de fazer mais coisas ou de comprar os presentes esperados. A verdadeira alegria vem ao mostrarmos o amor e a compaixão inspirados pelo Salvador do Mundo, que disse: “Quando fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.3

Nesta alegre ocasião, que as desavenças pessoais sejam esquecidas e as animosidades curadas. Possa o júbilo do Natal conter a atenção ao necessitado e ao aflito. Que o nosso perdão alcance os que nos ofenderam, assim como esperamos também o perdão. Que a bondade seja abundante em nosso coração e que o amor prevaleça em nosso lar.

Ao planejarmos os gastos com os presentes de Natal, planejemos também como usar nosso tempo para trazer o verdadeiro espírito de Natal à vida do próximo.

O Senhor presenteou sobejamente a todos, e Seus dons são de valor inestimável. Em seu ministério, Ele abençoou o doente, restaurou a visão ao cego, curou o surdo e fez andar o coxo e o manco. Ele tornou limpo o que era impuro. Restaurou ao morto o fôlego da vida. Deu esperança ao debilitado e levou luz aonde havia escuridão.

Deu-nos Seu amor, Seu serviço e Sua vida.

Qual é o espírito que nos permeia no Natal? É o Seu espírito — o espírito de Cristo.

O dom glorioso, divinal, nenhum ruído faz!
Porém a este mundo vil, amor e esperança traz.
Sereno e sem arautos, sem toques de clarim,
Traz ele ao mundo redenção, amor e paz sem fim!4

Com o puro amor de Cristo, caminhemos em Suas pegadas nesta época em que celebramos Seu nascimento. Ao fazer isso, lembremo-nos de que Ele ainda vive e continua a ser a “luz do mundo”, e que prometeu: “Quem me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.5

A cada um de vocês, meus irmãos e irmãs, estendo meu amor e minha bênção. Tenham um Feliz Natal. Que haja amor, bondade e paz em seu coração e em seu lar. Que até aqueles corações que estão pesarosos se ergam pela cura que vem somente Daquele que consola e infunde segurança.

Com o espírito de Cristo em nossa vida, teremos boa vontade e amor pela humanidade, não somente nesta época, mas durante todo o ano.

Oro para que sejam essas as nossas experiências e nossas bênçãos, em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor. Amém.

O Espírito do Natal - Presidente Thomas S. Monson


Natal 
Meus queridos irmãos e irmãs, sinto-me imensamente grato por estar com vocês nesta noite. Como vocês, senti-me inspirado e edificado pelas mensagens do Presidente Eyring e do Presidente Uchddorf e também pela esplêndida música do Coro e da Orquestra.


Encontramos a verdade numa expressão que cantamos em um de nossos hinos: “Veloz nos foge o tempo.”1 Outro ano já se passou, trazendo de volta a época do Natal.

Tenho recentemente recordado Natais passados e percebi que provavelmente nenhuma outra época do ano nos traz recordações tão comoventes. Os Natais mais memoráveis em geral têm pouco a ver com bens materiais, mas muito a ver com famílias, com amor, compaixão e carinho. Pensar assim dá esperança àqueles entre nós que temem que o singular significado desse dia se dilua no consumismo ou no antagonismo das diferentes crenças, ou então na agitação das festas que podem levar-nos a perder aquele espírito especial que deveríamos desfrutar.

Para muitos, os excessos são comuns nesta época do ano. Simplesmente queremos fazer mais do que nossas forças permitem. Talvez não tenhamos dinheiro suficiente para gastar com o que achamos serem necessidades. Muitas vezes, nossos esforços natalinos resultam em estresse, pressão e desgaste em uma época que deveríamos desfrutar das alegrias simples da celebração do nascimento do Menino em Belém.

Em geral, entretanto, o espírito especial dessa ocasião acaba encontrando eco em nosso coração e na nossa vida, apesar das dificuldades e distrações que podem ocupar nosso tempo e energia.

Há muitos anos, li sobre um acontecimento natalino que envolveu milhares de viajantes exaustos que estavam retidos no congestionado aeroporto de Atlanta, Geórgia. Uma tempestade de neve tinha causado grandes atrasos nos voos enquanto aquelas pessoas tentavam chegar a algum lugar para o Natal — provavelmente em casa.

Aconteceu em dezembro de 1970. Ao soar a meia-noite, passageiros frustrados aglomeravam-se em frente aos balcões e ansiosamente questionavam os atendentes cuja paciência, àquela altura, já evaporara. Também eles gostariam de já estar em casa. Algumas pessoas conseguiram cochilar em cadeiras desconfortáveis. Outros foram para as bancas de jornais e ficaram folheando as publicações.

Se algo em comum unia toda aquela multidão diversa, era a solidão — uma solidão envolvente, opressiva e sufocante. Porém, a civilidade exigia que cada um mantivesse uma barreira invisível que o separava dos demais. A solidão era melhor do que ficar ouvindo às inevitáveis reclamações de abatimento e desânimo dos outros.

Na realidade, havia mais passageiros do que lugares disponíveis nos voos. Sempre que um avião conseguia decolar, havia mais passageiros deixados para trás do que os que embarcavam. As palavras “Em lista de espera”, “Reserva confirmada” e “Primeira Classe” estabeleciam prioridades e evidenciavam dinheiro, poder, influência, previdência — ou a ausência dessas coisas.

O portão 67 era um microcosmo daquele tristonho aeroporto. Pouco maior que um cubículo envidraçado, a sala de embarque estava apinhada de passageiros que tentavam voar para Nova Orleans, Dallas e outras cidades do oeste. Havia pouca conversa no Portão 67, exceto entre pessoas que viajavam acompanhadas. Um viajante olhava distraidamente para cima, resignado. Uma jovem mãe aconchegava o bebê nos braços, balançando-o levemente em um esforço vão de acalmá-lo.

E havia um cavalheiro, muito bem vestido, que parecia insensível ao sofrimento coletivo. Sua atitude era de indiferença, absorto em sua papelada — talvez calculando os lucros da firma no final do ano. Um passageiro mais agitado poderia compará-lo a Ebenezer Scrooge, o sovina personagem de “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens.

De repente, o silêncio relativo foi quebrado por um tumulto. Um rapaz de uns 19 anos, em uniforme militar, conversava agitadamente com o funcionário da empresa aérea. Ele tinha um bilhete de classe econômica e insistia com o funcionário para embarcar para Nova Orleans a fim de tomar um ônibus até o desconhecido vilarejo a que ele chamava de lar.

O funcionário, aborrecido, explicou-lhe que as possibilidades seriam mínimas nas 24 horas seguintes, talvez mais. O rapaz ficava cada vez mais agitado. Logo após o Natal, ele seria enviado para o Vietnam, onde a guerra estava violenta, e se não fosse para casa agora, talvez nunca mais passasse um Natal lá. Até o cavalheiro indiferente tirou os olhos de sua papelada e demonstrou um interesse reservado na conversa. O funcionário estava visivelmente comovido, até mesmo constrangido. Mas tudo o que ele podia oferecer era compreensão — não esperança. O jovem ficou em pé em frente ao balcão, olhando ansiosamente para a multidão como se procurasse ao menos uma expressão de simpatia.

Finalmente, o funcionário anunciou que o embarque teria início. Os passageiros, que esperavam havia várias horas, ergueram-se, reuniram seus pertences e desceram rapidamente pelo estreito corredor até o avião: vinte, trinta, cem passageiros — o avião estava lotado. O funcionário olhou para o ansioso jovem e demonstrou que nada podia fazer.

Inexplicavelmente, o cavalheiro elegante ainda não embarcara. Então ele se dirigiu ao balcão e disse discretamente ao funcionário: “Meu bilhete está confirmado”. “Gostaria de dá-lo a esse jovem.” O funcionário encarou-o, mal acreditando no que ouvia, enquanto ele indicava o soldado. Sem encontrar palavras, com lágrimas escorrendo pelo rosto, o jovem soldado apertou a mão do cavalheiro que murmurou apenas: “Boa sorte. Feliz Natal. Boa sorte”.

A porta do avião se fechou, os motores aumentaram a rotação para partir, o cavalheiro virou-se, pegou a pasta e caminhou lentamente em direção ao restaurante 24 horas.

Pouquíssimas pessoas entre as milhares que se achavam ilhadas no aeroporto de Atlanta testemunharam o drama vivenciado no Portão 67. Mas para os que o presenciaram, o mau humor, a frustração e a hostilidade dissolveram-se em novo alento. Aquele ato de amor e bondade entre estranhos tinha trazido o espírito de Natal ao coração de todos.

As luzes do avião que partia piscaram, como estrelas na noite, enquanto a aeronave mergulhava na escuridão do céu. O bebê agora dormia calmamente no colo da jovem mãe. Talvez outro voo pudesse partir em algumas horas. Porém, quem testemunhou o ocorrido ficou menos impaciente. Esse novo espírito, suave e em profusão, permeou o pequeno estábulo envidraçado do Portão 67.2

Meus irmãos e irmãs, a verdadeira alegria do Natal não provém da agitação e da pressa de fazer mais coisas ou de comprar os presentes esperados. A verdadeira alegria vem ao mostrarmos o amor e a compaixão inspirados pelo Salvador do Mundo, que disse: “Quando fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.3

Nesta alegre ocasião, que as desavenças pessoais sejam esquecidas e as animosidades curadas. Possa o júbilo do Natal conter a atenção ao necessitado e ao aflito. Que o nosso perdão alcance os que nos ofenderam, assim como esperamos também o perdão. Que a bondade seja abundante em nosso coração e que o amor prevaleça em nosso lar.

Ao planejarmos os gastos com os presentes de Natal, planejemos também como usar nosso tempo para trazer o verdadeiro espírito de Natal à vida do próximo.

O Senhor presenteou sobejamente a todos, e Seus dons são de valor inestimável. Em seu ministério, Ele abençoou o doente, restaurou a visão ao cego, curou o surdo e fez andar o coxo e o manco. Ele tornou limpo o que era impuro. Restaurou ao morto o fôlego da vida. Deu esperança ao debilitado e levou luz aonde havia escuridão.

Deu-nos Seu amor, Seu serviço e Sua vida.

Qual é o espírito que nos permeia no Natal? É o Seu espírito — o espírito de Cristo.

O dom glorioso, divinal, nenhum ruído faz!
Porém a este mundo vil, amor e esperança traz.
Sereno e sem arautos, sem toques de clarim,
Traz ele ao mundo redenção, amor e paz sem fim!4

Com o puro amor de Cristo, caminhemos em Suas pegadas nesta época em que celebramos Seu nascimento. Ao fazer isso, lembremo-nos de que Ele ainda vive e continua a ser a “luz do mundo”, e que prometeu: “Quem me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.5

A cada um de vocês, meus irmãos e irmãs, estendo meu amor e minha bênção. Tenham um Feliz Natal. Que haja amor, bondade e paz em seu coração e em seu lar. Que até aqueles corações que estão pesarosos se ergam pela cura que vem somente Daquele que consola e infunde segurança.

Com o espírito de Cristo em nossa vida, teremos boa vontade e amor pela humanidade, não somente nesta época, mas durante todo o ano.

Oro para que sejam essas as nossas experiências e nossas bênçãos, em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor. Amém.

HOMENAGEANDO O REI

MEU SALVADOR VIVE!

Liz Lemon Swindle

18 de dezembro de 2011

O Verdadeiro Natal - Howard W. Hunter



O verdadeiro Natal acontece para aquele que adota Cristo em sua vida como força motivadora, dinâmica e vivificante.
O Natal é uma época movimentada. As ruas e as lojas estão cheias de pessoas fazendo preparativos de última hora. Aumentam os viajantes nas auto-estradas, os aeroportos ficam apinhados — toda a cristandade parece criar vida, com música, luzes e decorações festivas.

Um escritor disse:

“De todos os feriados, não existe nenhum outro que penetre tão plenamente no coração humano e evoque tantos sentimentos nobres. As idéias, lembranças, esperanças e práticas costumeiras relacionadas a esse dia fazem parte, como um todo, das tradições antigas e dos costumes deste país; tanto para os velhos quanto para as crianças, abrangendo os aspectos religiosos, sociais e patrióticos de nossa natureza. O azevinho e o visgo entrelaçados com a sempre-verde, o costume de dar presentes aos entes queridos, a presença da árvore de Natal, a crença no Papai Noel, tudo combina para tornar o Natal o mais esperado, o mais universal e, de todos os pontos de vista, o mais importante feriado conhecido pelo homem.” [Clarence Baird, “The Spirit of Christmas”, Improvement Era,dezembro de 1919, p. 154]

A Origem do Natal

Essa época está repleta de tradições, e suas origens remontam à história antiga. O início dessa festividade encontra-se na adoração pagã, muito antes da introdução do cristianismo. O deus Mitra era adorado pelos antigos arianos, e essa adoração gradualmente se espalhou pela Índia e Pérsia. Mitra a princípio era o deus da luz celeste dos céus brilhantes, e mais tarde, no período romano, foi adorado como a deidade do sol, ou o deus do sol: Sol Invictus Mithra.

No primeiro século [antes] de Cristo, Pompeu fez conquistas ao longo da costa sul da Cilícia, na Ásia Menor, e muitos dos prisioneiros feitos nessas ações militares foram levados cativos para Roma. Isso deu início à adoração pagã de Mitra em Roma, porque esses prisioneiros espalharam a religião entre os soldados romanos. A adoração tornou-se popular, particularmente entre as fileiras do exército romano. Encontramos hoje, nas ruínas das cidades do extenso império romano, os santuários de Mitra. O mitraísmo floresceu no mundo romano e se tornou o mais importante concorrente do cristianismo entre as crenças religiosas do povo.

Uma época festiva para os adoradores do sol acontecia imediatamente após o solstício de inverno, o dia mais curto do ano — a época em que o sol se detém após sua descida anual para o hemisfério sul. O começo de sua ascensão desse ponto mais baixo era considerado como o renascimento de Mitra, e os romanos comemoravam seu nascimento no dia 25 de dezembro de cada ano. Havia uma grande festividade nesse dia: festivais e festas, presentes dados aos amigos, e as casas eram decoradas com sempre-vivas.

Gradualmente, o cristianismo foi sobrepujando o mitraísmo, que tinha sido seu rival mais forte, e a festa em que se comemorava o nascimento de Mitra foi adotada pelos cristãos para comemorar o nascimento de Cristo. A adoração pagã do sol, profundamente arraigada na cultura romana, foi substituída por uma das maiores festas cristãs. O Natal chegou até nós como um dia de ação de graças e regozijo — um dia de alegria e boa vontade entre os homens. Embora esteja associado a coisas terrenas em seu significado, seu conteúdo é divino. Essa antiga comemoração cristã foi continuamente preservada ao longo dos séculos.

O Significado do Natal em Nossos Dias

O que se pensa do Natal em nossos dias? A lenda do Papai Noel, a árvore de Natal, as decorações brilhantes e o azevinho, bem como a troca de presentes, tudo isso expressa para nós o espírito desse dia comemorativo; mas o verdadeiro espírito do Natal é muito mais profundo. Ele se encontra na vida do Salvador, nos princípios que Ele ensinou, em Seu sacrifício expiatório — que é o nosso grande legado.

Há muitos anos, a Primeira Presidência da Igreja fez esta importante declaração:

“O Natal, para os santos dos últimos dias, é ao mesmo tempo retrospectivo e profético — um lembrete de dois grandes e solenes eventos, que ainda hão de ser considerados universalmente como os mais grandiosos e maravilhosos acontecimentos da história da raça humana. Esses eventos foram [pré-ordenados] para acontecerem neste planeta antes de ele ter sido criado. Um deles foi a vinda do Salvador no meridiano dos tempos, para morrer pelos pecados do mundo; e o outro é o futuro advento do Redentor ressuscitado e glorificado, para reinar na Terra como o Rei dos reis”. [“What Christmas Suggests to a Latter-day Saint”,Millennial Star, 2 de janeiro de 1908, p. 1]

Na breve epístola de Paulo aos gálatas, ele mostrou-se muito preocupado com a aparente descrença deles e o abandono de seus ensinamentos referentes a Cristo. Ele escreveu para eles: “É bom ser zeloso, mas sempre do bem, e não somente quando estou presente convosco. Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós”. (Gálatas 4:18–19) Em outras palavras, Paulo expressou-se como se sofresse dores e ansiedade até que Cristo fosse “formado” neles. Essa é outra forma de se dizer “em Cristo”, conforme essa expressão é usada repetidamente por Paulo em seus escritos.

É possível Cristo nascer na vida de um homem, e quando isso realmente acontece, esse homem está “em Cristo” — Cristo está “formado” nele. Isso pressupõe que tomemos Cristo em nosso coração e façamos com que Ele seja um contemporâneo vivo de nossa vida. Ele não é apenas uma verdade geral ou fato histórico, mas o Salvador dos homens de todo o mundo e de todas as épocas. Quando nos esforçamos para ser semelhantes a Cristo, Ele é “formado” em nós; se abrirmos a porta, Ele entrará; se buscarmos Seu conselho, Ele nos aconselhará. Para que Cristo seja “formado” em nós, precisamos acreditar Nele e em Sua Expiação. Essa crença em Cristo e o cumprimento de Seus mandamentos não são coisas que nos restringem. Por elas, os homens se tornam livres. Esse Príncipe da Paz espera para dar-nos paz de consciência, que pode tornar cada um de nós um meio de transmissão dessa paz.

O verdadeiro Natal acontece para aquele que adota Cristo em sua vida como força motivadora, dinâmica e vivificante. O verdadeiro espírito do Natal encontra-se na vida e missão do Mestre. Prossigo com a definição que o escritor dá para o verdadeiro espírito do Natal:

“É um desejo de sacrificar-se pelos outros, de prestar serviço, de ter um sentimento de fraternidade universal. Consiste na disposição de esquecer o que outros lhe fizeram e lembrar-se apenas do que os outros fizeram por você; de ignorar o que o mundo lhe deve, e de pensar apenas (…) em seus deveres a médio prazo e em sua chance de fazer o bem e auxiliar seu próximo agora — ver que seu próximo é tão bom quanto você, e tentar enxergar o coração dele, e não apenas a aparência — fechar seu livro de mágoas contra o universo e olhar em volta para procurar um lugar para plantar algumas sementes de felicidade e seguir adiante sem se fazer notar.” [Improvement Era, dezembro de 1919, p. 155]

Em sua reflexão sobre a época do Natal, James Wallingford escreveu o seguinte:
O Natal não é um dia ou uma época, mas uma condição da mente e do coração.
Se amamos nosso próximo como a nós mesmos:
Se em nossa riqueza somos pobres de espírito, e em nossa pobreza somos ricos na graça;
Se nossa caridade não se ensoberbece, mas é paciente e bondosa;
Se quando nosso irmão nos pede pão, doamos a nós mesmos em vez disso;
Se cada dia começa com oportunidades e termina com realizações, por menores que sejam,
Então todo dia é o dia de Cristo, e o Natal está sempre próximo.
[Charles L. Wallis, comp., Words of Life, 1966, p. 33]

Um sábio disse:

“A coisa mais admirável na história do Natal é sua relevância. Ela se adapta a toda época e se encaixa em todo estilo de vida. Não é simplesmente uma história bonita que foi contada há muito tempo, mas algo eternamente atual. É a voz que clama no deserto. É tão significativa em nossos dias quanto naquela longínqua noite em que os pastores seguiram a luz da estrela até a manjedoura de Belém.” [Joseph R. Sizoo,Words of Life, p. 33]

Foi dito que o Natal é para as crianças; mas à medida que se passam os anos da infância e a sábia maturidade toma o seu lugar, o simples ensinamento do Senhor de que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35) se torna realidade. A evolução da festa pagã transformada em uma festa cristã para o nascimento de Cristo na vida dos homens é outra forma de maturidade que vem ao que foi tocado pelo evangelho de Jesus Cristo.

Encontrar o Verdadeiro Espírito do Natal

Se você quer encontrar o verdadeiro espírito do Natal e partilhar seus doces frutos, gostaria de dar-lhe uma sugestão. Em meio a toda agitação dessa época festiva do Natal, encontre um tempo para voltar seu coração a Deus. Talvez nos momentos tranqüilos, em um lugar sossegado, ajoelhado — sozinho ou acompanhado de seus entes queridos — agradeça pelas coisas boas que recebeu e peça que Seu Espírito habite em você, ao esforçar-se sinceramente para Servi-Lo e guardar Seus mandamentos. Ele o conduzirá pela mão, e Suas promessas serão cumpridas.

Sei que Deus vive. Presto testemunho da divindade de Seu Filho, o Salvador do mundo, e expresso minha gratidão pela bênção de ter na Terra um profeta do Deus vivo.
A Liahona, dezembro de 2005
(Trecho de um discurso proferido em uma reunião devocional realizada na Universidade Brigham Young, em 5 de dezembro de 1972)

11 de dezembro de 2011

Brasil Doce Lar

NATIVIDADE


Gifs animados Canção de Natal

Gifs animados Canção de Natal

Natividade
Hino Sud

Esta é a época mais linda que há
Vamos cantar que o Natal perto está      
Conta-me a história de quando Nasceu
O bebezinho o filho de Deus

Esta é a estrela que apareceu
Naquela noite em que Cristo nasceu
Este é o anjo que novas nos traz          
Nasce Jesus Glória a Deus haja Paz

Este é o estábulo com os animais
Que acolheram Jesus e seus Pais
E a manjedoura de berço sérvio         
Ao Rei menino que nela dormiu

Eis os pastores humildes fiéis
A  adorar quem nasceu Rei dos Reis
Vejam os magos de longe a chegar       
Vem ouro, incenso e mirar ofertar

Esta é Maria, tão bela e gentil
Este é Jose, tão bondoso e viril
Este é o menino nascido em Belém      
O Salvador o divino neném.



9 de dezembro de 2011

NÃO DESISTA!

"Não importa o quanto às vezes seja difícil, o quanto às vezes eu me atrapalhe, o quanto às vezes eu seja a densa nuvem que esconde o meu próprio sol, quantas vezes seja preciso recomeçar: combinei comigo não desistir de mim."
Ana Jácomo

EXEMPLO




"Não se preocupe porque os seus filhos não ouvem o que diz,
preocupe-se por sempre observarem o que você faz"
Robert Fulghum


DEVOCIONAL DE NATAL - PRIMEIRA PRESIDÊNCIA 2011

ASSISTA AQUI

VIDEOS DA BÍBLIA

Vídeos da Bíblia produzidos pela Igreja

7 de dezembro de 2011

ANSEIOS JUSTOS DA ALMA



“É bom saber que a oração não é composta de palavras, palavras que podem falhar ao expressarem o que se deseja dizer, palavras que muitas vezes ocultam incongruências, palavras que não têm mais profundidade do que os órgãos físicos da fala, palavras que podem ser pronunciadas para impressionar ouvidos mortais. O mudo pode orar, e com eloquência que prevalece no céu. A oração é constituída de pulsações do coração e de anseios justos da alma, de súplica baseada na consciência da necessidade, da contrição e desejo puro. Se houver um homem que nunca tenha realmente orado, esse homem é um ser apartado da ordem do divino na condição humana, um estranho na família dos filhos de Deus. A oração eleva o suplicante. Deus sem as nossas orações seria Deus. Mas nós sem a oração não podemos ser admitidos no Reino de Deus.”
James E. Talmage 
"Jesus, O Cristo"