27 de outubro de 2010

CINCO QUALIDADES DE LIDERANÇA PROFETA JOSEPH SMITH

Imagem da Internet


Cinco qualidades de Liderança


Pouco tempo depois da Segunda Guerra Mundial, eu visitava a cidade de Washington, e comprei por acaso, um jornal de Nova York. Na primeira página, num pequeno quadrilátero, estava registrada uma entrevista com um historiador que havia visitado os Estados Unidos durante um ano, e já preparava à terra natal. Esqueci-me do nome do historiador, mas recordo-me ainda das perguntas que lhe foram feitas. O repórter dissera: "Você esteve aqui nos Estados Unidos durante um ano, estudando nossa história e nosso povo. Diga-me qual dos americanos ilustres você considera o maior?
O historiador lhe respondeu: "Vocês tiveram apenas um grande americano – Joseph Smith, o Profeta Mórmon."
Justificando sua afirmação ele continuou: "Há apenas um americano que pregou um sistema de vida e produziu idéias, as quais, se postas em prática, mudariam a sociedade do mundo inteiro."
Se nos aprofundarmos na vida e nos ensinamentos do Profeta Joseph Smith, veremos revelada uma riqueza de idéias tão revolucionárias, que, poderiam caso adotadas, mudar o rumo da história humana.
Não reconhecemos quão diferente Joseph era de seu tempo em seus pontos de vista:
Ele deu-nos uma nova perspectiva de Deus, uma restauração, como dizemos, mas também uma perspectiva muito diferente do que prevalece na época. Ele afirmou que nosso Pai e um Deus pessoal, com corpo – um indivíduo que podia falar, e queria falar com o homem – alguém que ouviria a responderia às orações.
Ele trouxe à luz nova evidência de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, um ser ressuscitado que não somente apareceu em nossos dias, mas que havia restabelecido sua igreja, e a estava dirigindo.
Ele elevou o homem a uma nova posição como filho literal de Deus, com potencial para tornar-se como Deus, que já vivera antes de aparecer na carne, e que viverá novamente após a morte.
Ele declarou que o homem pertence à mesma espécie que Deus.
Afirmou que o inteiro propósito da criação desta terra é o benefício e vida eterna do homem – e que nosso propósito na vida é termos alegria.
Ensinou que a salvação será universal, que toda humanidade se levantará da tumba e poderá ser perdoada de seus pecados através do arrependimento.
Anunciou que todos os bilhões que morrem sem ouvir o evangelho de Jesus Cristo, poderão ainda ouvi-lo, e, aceitando-o, poderão receber as ordenanças necessárias para a salvação, que serão realizadas aqui na terra.

Cinco qualidades de liderança

Joseph Smith tinha algumas qualidades que permitiam a Deus usa-lo e também permitiram a Deus usar vocês e eu, caso as possuíssemos. Pois a grandeza não é apresentada numa bandeja ao homem, e nenhum indivíduo pode ser um instrumento nas mãos de Deus, a menos que possua as qualidades que são inerentes à liderança.


Inteligência

Em primeiro lugar, encontramos a qualidade da inteligência. Sem oportunidades para uma escolaridade formal, o Profeta interessava-se por quase todos os assuntos. Em 1836, foi um instrumento para trazer à cidade de Kirtland, Ohio, onde a Igreja estava sediada, certo professor Seixas, estudioso do hebraico. O Profeta acreditava que os líderes da Igreja deveriam estar familiarizados com essa língua. Mas, quando é possível aprender de hebraico, em apenas 14 semanas, freqüentando as aulas ou três noites por semana? Apenas dois alunos conseguiram ler em hebraico com alguma fluência, após esse período: Joseph Smith e Orson Pratt. Parece que o Profeta foi o único a publicamente debater várias passagens da Bíblia, comparando-as com o texto hebraico.
Freqüentemente determinamos à inteligência de uma pessoa, observando se os pontos de vista por ela apresentados resistem à crítica dos anos subseqüentes. Algumas das idéias políticas de Joseph Smith merecem ser estudadas hoje:
Ele advoga um sistema bancário federal – um tipo de fundo de reserva que estabelecido nos Estados Unidos antes de 1917.
Ele insistiu com o Congresso para que estabelecessem comportas no rio Mississipi para benefício da navegação. Não viveu para ver sua esperança realizada, mas hoje, a represa Keokuk, com suas comportas as quais permitem que os barcos grandes atravessem o rio, foi edificada no exato lugar reivindicado pelo Profeta.
Ele propôs uma reforma penitenciária que somente hoje começa ser posta em prática. Joseph afirmava que nossas prisões deveriam transformar-se em seminários de aprendizado, se é que esperamos reabilitar aqueles que violaram as leis de nossa sociedade.
Não é por causa do fato de Joseph Smith haver pregado tais coisas, que elas, finalmente chegaram a ser adotadas, Mas isso indica que seus pontos de vista, em muitos campos, além da religião, se provaram realísticos e de longo alcance.

O zelo pelo aprendizado

Há uma segunda qualidade do Profeta Joseph, qualidade que todos nós precisamos ter, se quisermos tornar-nos líderes. É o zelo pelo aprendizado.
Vocês irão recordar uma história do Novo Testamento a respeito de um jovem estudante. Ele viajou com seus pais, José e Maria para assistir à festa da Páscoa. Não sabemos por que a caravana com a qual ele viajou ate Jerusalém partiu antes de terminar a festa; mas parece que partiram; estava havia algum tempo a caminho, quando José e Maria descobriram que seu filho não estava com eles. Voltaram e acharam-no sentado aos pés – ou em pé diante – de alguns mestres judeus. Aos 12 anos de idade, Jesus Cristo tinha grande preocupação pelo aprendizado.
Joseph Smith tinha natureza semelhante. Aos 14 anos, procurou a verdadeira Igreja. Não abandonou sua boca, até que descobriu a resposta. Durante toda sua vida, a grande preocupação pelo aprendizado foi uma das suas grandes qualidades.
Esta qualidade da mente está exemplificada na muitas línguas que estudou. Tinha um conhecimento prático do hebraico, e freqüentemente estudava a Bíblia em alemão. Aprendeu também a decifrar o egípcio. Em um de seus discursos aos Santos, fez uma lista de quase uma dúzia de línguas e disse: "Se eu viver o suficiente dominarei todas elas".

Fé em um Deus vivo.

O zelo pelo aprendizado não teria sido tão vital, e poderia não tê-lo levado a tal grandeza, não fora uma terceira qualidade, pois que já tivemos homens e mulheres inteligentes neste mundo, que tinham grande desejo de saber e a quem sempre, a terceira qualidade – fé em um Deus vivo.
Que tem isso a ver com aprendizado? Joseph Smith indica que freqüentemente quando lutava com um problema, e não podia encontrar a resposta, dirigia-se ao Senhor em oração. Se ele orava com fé "a resposta", dizia, "vinha à minha mente com tal clareza e tal seqüência de idéias, que eu sabia ser de Deus, e eu ditava minha resposta ao meu escriba".
Não importa quão inteligentes sejamos ou quão desejosos de aprender, sem fé em Deus, muitas áreas nos estarão fechadas a Joseph Smith.
Penso que um dos exemplos vitais de sua fé encontra-se em sua experiência com o livro de Gênesis, na Bíblia. Qualquer leitor encontrará problemas com esse livro. Por exemplo, o registro bíblico indica que Adão e Eva tiveram três filhos, Caim, Abel e Seth. Caim matou Abel e ficaram Caim e Seth para perpetuar a raça humana. Qualquer que leia a Bíblia sabe que seria impossível.
Joseph Smith exerceu grande fé, ao orar ao Senhor para que lhe revelasse o texto original deste livro de Moisés. Os escritos originais haviam sido perdidos para o mundo, mas Joseph orou para que o Senhor lhos revelasse. O texto revelado é hoje o livro de Moisés na Pérola de Grande Valor. Constitui-se em uma das maiores adições ao conhecimento bíblico jamais dadas ao mundo.

Poder de introspecção

Joseph possuía uma quarta qualidade que é importante para todos nós. É o poder da introspecção – poder de olhar para dentro de nós mesmos e ver que tipo de pessoas somos.
Cada manhã cada um de nós olha num espelho e axamina nossa aparência física – penteado, maquilagem, saúde geral. Já pensaram que bom seria olhar para dentro de si mesmo – encontra-se consigo mesmos na rua e perguntarem-se que tipo de pessoas são, interrogarem-se a mesmos? Vocês conhecem suas próprias faltas, seus próprios pontos fortes?
Aqui está uma interessante qualidade do Profeta Joseph. Ele conhecia suas fraquezas e seus pontos fortes. E declarou: "Eu era uma pedra bruta, até que o Senhor me tomou nas mãos." (History of the Church, 5: 423.)
Muitos de nós escondemos nossas fraquezas. Quando lemos as seções 3, 5 10 e 24 de Doutrina e Convênios vemos que o Senhor freqüentemente acusava o Profeta Joseph, por falhar em seguir as orientações que lhe eram dadas. Um homem de menor grandeza não teria registrado essas reprimendas, mas o Profeta nunca se poupava. Ele reconhecia e corrigia seus erros.
Quando traduziu o Livro de Mórmon, Joseph reconheceu sua limitação no tocante à língua inglesa, já que havia tido tão pouca escolaridade. Estudou a língua, e quando a segunda edição do Livro de Mórmon saiu do prelo, ele, pessoalmente, havia corrigido os erros gramaticais da primeira edição. Se vocês quiseram ver o melhor de sua capacidade literária, releriam as seções 121, 122 e 123 de Doutrina e Convênios. Este magnífico escrito permanece como monumento à capacidade de progredir de um homem.
O Profeta reconhecia em si mesmo fraquezas, mas esforçava-se por vencê-las. Ele registrou que certa ocasião, um homem veio até sua casa, e, de chofre, xingou-o de quase todos os nomes possíveis, debaixo dos céus. O Profeta escreveu que ficou tão irado, que pôs o estranho pora fora a pontapés, até o portão da frente. Voltou a seu escritório e escreveu em seu diário quão indignas de um profeta suas ações haviam sido. E jamais perdeu a cabeça outra vez.
Quando foi preso na cadeia de Liberty, durante o terrível inverno de 1838-1839, sem aquecimento ou comida adequada, Joseph ouviu as histórias tétricas sobre como seu povo havia sido expulso e massacrado, e de como as mulheres haviam sido violentadas. Ele apelou ao Senhor.

"Ó Deus, onde estas? E onde está o pavilhão que cobre o teu esconderijo?
"Quanto tempo reterás a tua mão...?

Era uma oração de lamento. Mas quando o Senhor lhe respondeu, disse-lhe:

"Ainda não estas como Jô; teus amigos não contendam contra ti, nem te imputam transgressões, como fizeram a Jô." (D&C 121:10)

Ele foi lembrado de que o Filho do Homem havia suportado mais que tudo isso:

"Es tu maior que ele?" (D&C 122:8)

Joseph Smith não reclamou mais.

Amor às pessoas

Permitam-me fazer referência a um quinto aspecto, ou características do homem: amor às pessoas. Ninguém pode ser grande neste mundo, sem amor a seu próximo. Emma (Smith) disse que Joseph não seria capaz de tomar uma refeição sozinho, mas que sempre queria convidar algum estranho da rua para compartilhá-la com ele. ( History of the Church, 6:166). Os registros estão cheios de exemplos nos quais ele se levantou para defender alguém. O registro escrito por ele mesmo esta cheio de ocasiões em que repreendeu os Santos por criticarem-se mutuamente.
A suprema evidência de seu amor aconteceu em junho de 1844, quando após haver-lhe sido revelado pelo Senhor que seus inimigos buscavam tirar-lhe a vida, planejou uma jornada ao oeste, a fim de encontrar um lugar para os santos, onde pudessem ficar seguros. Ele havia cruzado o rio Mississipi, quando lhe chegou uma nota de sua mulher Emma: "Os Santos acham que você é um covarde. Dizem que você está fugindo." Ele proferiu então estas palavras: Se minha vida não tem valor algum para meus amigos, não tem valor para mim. Hyrum, vamos voltar". (Essentials in Church History, p. 374).
Quando saía de Nauvoo a caminho de Carthage, a fim de entregar-se ao xerife, virou para trás, sobre a sela, e olhando a cidade, disse: "Oh, se eu pudesse falar uma vez mais a meu amado povo."
A caminho encontrou Steven Markham que lhe perguntou: "Aonde vai, Joseph"? Ele respondeu: "Eu vou como o cordeiro ao matadouro; mas estou calmo como uma manhã de verão; para com Deus e os homens tenho consciência limpa." (Essentials in Church History, p. 376; D&C 135:4).
Este é o profeta Joseph Smith que possuías essas cinco grandes qualidades: inteligência, zelo pelo aprendizado, fé em um Deus Vivo, habilidade de olhar dentro de si mesmo,para corrigir seu próprio caráter e amor às pessoas. Essas cinco qualidades, possuídas em conjunto, ajudaram a fazer de Joseph Smith o instrumento ideal nas mãos de Deus, para ser um profeta desta dispensação. Essas mesmas qualidades irão ajudar-nos grandemente a magnificar nossos chamados, se as reconheceremos e cultivarmos.


 A Liahona, janeiro de 1978).

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