30 de abril de 2011

QUEM É O SEU VIZINHO?



“Li, há alguns anos, uma história publicada pela Reuters, uma agência internacional de notícias, sobre um vôo direto de uma companhia aérea do Alaska, de Anchorage para Seattle, com 150 passageiros, que foi desviado para uma cidadezinha remota em uma missão de socorro, a fim de resgatar um menino gravemente ferido. A criança, Elton Williams III, de dois anos, havia cortado uma artéria do braço ao cair sobre um caco de vidro, quando brincava perto de casa, em Yakutat, 720 quilômetros ao sul de Anchorage. Os paramédicos do local solicitaram à companhia aérea que retirasse o menino. E o vôo foi desviado para Yakutat.
Os paramédicos informaram que o menino estava com uma forte hemorragia e que provavelmente não sobreviveria a um vôo até Seattle; por isso, o avião foi desviado para Juneau, a 320 quilômetros, a cidade mais próxima com um hospital. Depois, a viagem prosseguiu para Seattle, chegando com um atraso de duas horas, fazendo com que a maioria dos passageiros perdesse suas conexões. Mas ninguém reclamou. Em verdade, até fizeram uma coleta de dinheiro para o menino e a família.
Mais tarde, quando o avião estava prestes a aterrizar em Seattle, os passageiros deram um viva quando o piloto lhes comunicou ter recebido notícias pelo rádio de que Elton ia ficar bom. Certamente o amor ao próximo estava em evidência.
Certa vez perguntaram a um homem: “Quem é o seu vizinho do lado?”
Ele respondeu: “Não sei o nome dele, mas seus filhos correm pelo meu gramado e o cachorro dele me acorda a noite toda!”
Outro homem, de sentimentos diferentes, escreveu certa noite, silenciosamente no diário: “Pensei que a casa do outro lado da rua
estivesse vazia até ontem. Um sinal de luto, preso à porta, indicou-me que havia alguém morando ali”.
Certo poeta transcreveu em versos a tristeza das oportunidades para sempre perdidas:
Virando a esquina tenho um amigo,
Nesta grande cidade sem fim;
Os dias se passam, as semanas voam,
E antes que eu me aperceba, lá se foi um ano.
E eu nunca vejo o meu velho amigo,
pois a vida é uma corrida, veloz e terrível.
Meu amigo sabe que gosto dele,
Tanto como nos dias em que eu tocava
a campainha de sua casa
E ele tocava a da minha. Éramos jovens, então,
E agora somos homens ocupados e cansados,
— Cansados de fazer o jogo louco,
Cansados de tentar fazer um nome;
— Amanhã, digo eu, visitarei o Pedro,
Só para mostrar que ainda penso nele.
Mas o amanhã chega e o amanhã se vai,
E a distância entre nós aumenta cada vez mais.
É só virar a esquina! Mas parecem quilômetros de distância —
Telegrama, senhor! — “Pedro morreu hoje!”
Eis o que obtemos — e merecemos afinal —
Virando a esquina, um amigo morto.
Presidente Thomas S.Monson


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